domingo, 28 de novembro de 2010

junto dos imperfeitos.



Eles podiam sair daquele lugar. Pular pelas janelas e encontrar um mundo fora, iriam eventualmente se machucar, mas algumas cicatrizes não mata ninguém. Enquanto isso ficavam sentados, sempre com tédio, respondendo apenas o que os outros gostariam de ouvir: bom dia, sim senhor, não senhor, muito obrigado. Eu vivi no meio daquela confusão organizada, não entendia nada, só fazia copiar. 
Copiava, copiava e copiava. 
Nada mais.
Mesmo com esforço não conseguia ser igual a eles. 
Eventualmente, ninguém saiu, apenas eu que fui para onde realmente pertencia. 
Junto dos selvagens. 
Junto dos imperfeitos. 
Junto dos verdadeiros.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

criaturas selvagens.

Podia se ver a verdade clara naquela cidade, que lhe proibia de sonhar com o futuro.
Um futuro melhor, longe de lá.
Naquela cidade, todo mundo brincava de algo que não era.
Colocavam suas máscaras e saiam na rua ver quem ficava melhor com elas.
Não havia prêmio para o melhor, apenas a satisfação de ser um completo idiota.
Isso satisfazia a muitos.
Satisfaziam com alguns objetos para aumentar mais seu nome.
Mas na verdade, nem aumentava.
Mais tarde vinha outro idiota e pegava os objetos.
Nada era de ninguém, apesar de muitos lutarem contra isso.
Continuavam tentando com que não pode.
Continuam usando máscaras, dos piores tipos possíveis.
As vezes eles resolvem tirá-las.
Isso causa espanto a alguns, choque a outros.
No fundo, todos sabem que eles também tem máscaras.
Alguns disfarçam, outros ficaram tanto tempo com elas que esqueceram quem realmente são...criaturas selvagens.

domingo, 21 de novembro de 2010

if winter ends.

conseguia ser livre.



Eles eram estranhos um para o outro, do mesmo jeito que nós éramos no começo de tudo, lembra? antes de virar especial. antes de virar completo.
Havia essa escuridão, que não deixava ela viver, não deixava ela me ver. 
Os dias bons que ela teve, já se foram, os ruins ainda estavam lá.
Com o mesmo caminho sendo percorrido várias vezes.
Erra
Aprende
Para.
Erra
Aprende
Para.

Sempre.

Na chuva, ela me viu e passaram a ser nós. Ela não possuía liberdade, mas mesmo assim conseguia ser livre.

sábado, 20 de novembro de 2010

infinito até que acabe.


Eu olho e paro para pensar, quantos corações partidos e quantas almas estão para deixar.
Deixar esses sentimentos que uma vez foram tão especiais, tão bem cuidados e zelados por outro alguém.
Esse alguém foi quem construiu os sentimentos, virando em algo tão único.
A partir daquele primeiro momento juntos eles sabiam que seria infinito com toda a explosão de paixão.
Infinito até que acabe.
Infinito até que reste.
Infinito até a última lágrima cair.
Continuo observando todo esse final que sempre se repete.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

nunca seriam esmagados pelo mesmo trem.

"Naquela cidade...cada um sonhava em segredo.
Menino sem nome conheceu a garota sem perna. 
Ela não tinha pernas, mas mesmo assim não precisava de ninguém pra ir embora. 
E eles tentaram...
A garota sem pernas mostrou o mundo como ela conhecia, ele que não tinha nome, embarcou como quem nunca mais quer voltar. 
Por um tempo olharam pra mesma direção.
Ela nunca lhe deu um nome e ele nunca lhe trouxe as pernas. 
O que pra um era sina, pra outro era um mistério. 
Eles poderiam andar juntos sobre o mesmo trilho, 
mas nunca seriam esmagados pelo mesmo trem."



dias como esse.



Fazia tempo que não sentia esse sentimento.
Esse sentimento de pesado, que invade aquele buraco que não foi fechado.
Pensei que tinha acabado esses dias de dor, dor que não para, que pensa que é eterna.
Dor de machucar. Dor de lamentar.
Dor de se manter calada em silêncio.
Dias como esse não voam...Ficam na sua porta até você cair.